A DOIS MINUTOS DO TITULO

Já faltavam só os 2 minutos de desconto quando o mundo caiu sobre a equipa da Restinga, o Marítimo conseguiu o empate e sagrou-se Campeão.

O jogo teve lugar ontem, Domingo, dia 15 de Março pelas 10h30m no campo da Restinga. Com uma assistência a rondar as 500 pessoas, algo inédito no recinto desportivo dos azuis e pelos campos da nossa ilha. O maior adversário das equipas foi o forte vento, mas em especial para o Salão pois era a equipa que mais procurava por a bola junto ao chão para praticar um futebol organizado. O Salão jogou a primeira parte a favor do vento e no primeiro quarto de hora acampou no meio campo adversário, mas a intensidade do vento não deixava que se construíssem jogadas com princípio, meio e fim. Por seu turno o Marítimo, tal como lhe competia ia defendendo, por uma vez consegue sair no contra ataque e pela direita tira um cruzamento direito ao guardião Celso, o forte vento pega na bola desvia-a para o avançado micaelense que apenas teve de cabecear facilmente e inaugurar o marcador. Um balde de água fria que depressa se dissipou com a atitude dos jogadores do Salão, pegam de novo no jogo e apenas 5 minutos volvidos o médio Celso Pereira, coloca a bola de forma perfeita a isolar Adriano Souto e este empata a partida.

A partir daqui foi uma avalanche atacante dos azuis, contudo invariavelmente o vento não deixava que se finalizasse de forma perfeita para o golo. Após o intervalo o Marítimo a favor do vento encostou o Salão por instantes, mas sempre com muita intenção o Salão coloca a bola junto a relva natural do campo da Restinga e sai num contra ataque rápido onde Décio passa por todos os defesas e apenas o guardião contrario o consegue parar, evitando logo no inicio do segundo tempo o tento da vantagem Saloense. Aquele era o aviso e com apenas 10 minutos volvidos é Adriano a jogar a médio, que coloca a bola de novo em Décio e com os dois centrais à perna consegue os driblar e rematar forte para o tento da reviravolta. Era a festa e o puxar pela equipa na Restinga, pois com este resultado o Salão sagrava-se campeão Regional de Juvenis. O jogo decorria com maior pendor ofensivo para os micaelenses, jogavam a favor do vento e competia-lhes correr atrás do prejuízo. Por seu turno o Salão jogava com inteligência e com o relógio, defendia bem e partia para o contra ataque de forma organizada e foi num desses contra ataques, que a 5 minutos do final os Azuis poderiam ter sentenciado a partida, com Diogo Pereira isolado na cara do guarda-redes remata forte e alto, mas o vento era tanto que devolve a bola para o meio campo. Neste lance faltou calma a Diogo para colocar a bola rasteira no fundo das redes ou passar ao lado onde Décio estava solto de marcação. Mas como quem não marca sofre, foi o que aconteceu aos miúdos da Restinga, que já nos descontos e vindo de um lançamento lateral longo, uma bola cai na área e o avançado micaelense chega primeiro que o defesa azul e consegue rematar bem para o canto sem dar hipóteses a Celso Faria. No seguimento dos festejos do golo, os miúdos de São Miguel dirigiram-se à claque do Salão e com gestos provocatórios insultaram as pessoas que assistiam ao jogo, lamentável mas normal para estes miúdos, pois é o que eles assistem e fazem semanalmente nos campos da sua ilha.

Reatado o jogo e com apenas 2 minutos já não deu para reagir ao empate e o Salão deixa escapar um título que ainda não tem no seu palmarés. Caídos por terra e de lágrimas nos olhos os meninos do Salão saíram do campo debaixo de uma enorme ovação de muita gente que se deslocou de toda a ilha. No entanto, lá continuavam os jogadores de São Miguel sem festejar, mas sim a provocar e com isto fazem levantar a ira e os ânimos dos adeptos Saloenses que tiveram de ser controlados pela P.S.P., assim como os responsáveis da equipa do Marítimo que tiveram de ser repreendidos pelos agentes devido a estarem a incentivar a violência. É mau não saber perder, mas ainda mais triste é não saber ganhar nem respeitar um adversário que afinal foi muito superior e merecedor da conquista do Ceptro Regional.
Nota final, para a arbitragem habilidosa do árbitro terceirense, que muito conviveu com os jogadores micaelenses durante o jogo, ficando por marcar um penalty claro sobre Adriano Souto no primeiro tempo e o condescender das atitudes, tudo menos desportivas dos jogadores de São Miguel, levando a crer que o trabalho do árbitro foi inclinado. Já na época transacta, os homens do apito retiraram o título Regional aos miúdos da Restinga e volvida uma época, mais do mesmo. Fica na retina a atitude enorme da equipa do Salão, que apesar de ser de uma freguesia pequena consegue provar dentro do campo ser a melhor dos Açores no seu escalão, tão bom futebol não se vê outra a praticar, mas por vezes a sorte é madrasta e não premeia quem mais merece.

De referir ainda que no inicio deste jogo foi entregue por um representante da Caixa Geral de Depósitos, a taça de Campeões da Associação de Futebol da Horta ao capitão dos Azuis, Décio Fialho, taça esta patrocinada por esta instituição, estando também presente o Presidente da Associção de Futebol da Horta

Informações técnicas de Sérgio Gomes

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