Apesar de encontrar no festival náutico a sua principal razão de ser, a Semana do Mar alarga-se a terra, com os concertos dos grupos musicais, a actuação de ranchos folclóricos e grupos etnográficos, as exposições, a venda de artesanato, a gastronomia, tudo isto num ambiente de festa e diversão.“ in http://www.semanadomar.net/
È desta forma que o site oficial do maior evento organizado na ilha do Faial nos introduz sobre a Semana do Mar. Uma semana de festa e convívio que movimenta todos os quadrantes da nossa sociedade. Não é apenas uma festa da cidade mas sim, uma festa da ilha em que todos os dias cada freguesia apresenta o melhor que tem, tanto nas provas desportivas, como nas actuações dos grupos, no artesanato, gastronomia, etc…
Muitos seriam os pontos de reportagem desta festa, vou deixar aqui apenas um pequeno cheirinho de dois. São eles a Regata de Botes Baleeiros, um espectáculo de extraordinária beleza tendo como pano de fundo o Canal Faial – Pico e no encerramento da Semana do Mar o Corso Etnográfico que este ano teve como tema “Horta 175 Ano de História” e em que participam todas as freguesias.
De destacar na Regata a ausência do Bote Sra. Do Socorro, pelo mesmo se encontrar danificado.
No Corso:
- Transportada em charrete abriu o corso a Rainha das Festa de LES SABLES, cidade francesa onde se inicia a regata Les Sables-Horta-Les Sables.
- A freguesia das Angústias, trouxe-nos “OS PRIMEIROS POVOADORES” – Em Maio de 1468 desembarcaram, no areal de Santa Cruz, na actual cidade da Horta, uma segunda leva de povoadores oriunda da Flandres, capitaneada pelo fidalgo flamengo Josse Van Hurtere. Este desembarque seguiu-se a um primeiro, ocorrido dois anos antes, na Praia do Almoxarife, cujos elementos se estabeleceram no lugar que tomaria o nome de “Vale dos Flamengos”. Rezam os relatos que, nas duas viagens, desembarcaram, na ilha do Faial, cerca de duas mil pessoas, munidas de utensílios e alfaias agrícolas, bem como de animais para garantirem o seu sustento. Por cá se fixaram muitas famílias, algumas delas mantendo apelidos flamengos: Dutra, Silveira, Goulart, Terra, Bulcão, Rosa e Brum.
- A freguesia dos Cedros, trouxe-nos “A IMPRENSA – ECO CEDRENSE” – Deve-se a João José da Graça a introdução da imprensa na ilha do Faial, no dia 10 de Janeiro de 1857, altura em que é publicado “O Incentivo”, periódico noticioso e literário. (…) Surgido mais tarde, mas integrado numa tradição jornalística, “Eco Cedrense” haveria de ser a primeira revista faialense de âmbito estritamente rural, a fazer eco das preocupações da população da freguesia dos Cedros.
- A freguesia da Matriz, trouxe-nos “HORTA DE VILA A CIDADE” – Foi por intermédio dos esforços de António José Ávila (1807-1881), mais conhecido por Duque de Ávila e Bolama, que a vila da Horta obteve, de D. Pedro IV, o alvará de elevação a cidade, no dia 4 de Julho de 1833. Mais tarde, seria de igual modo, devido à sua especial amizade com Rei D. Luís que obteve, em 1865,para o seu berço de origem, o título de “Muito Leal Cidade da Horta” e o escudo de armas que é ainda hoje o símbolo heráldico local.
- A freguesia da Praia do Almoxarife, trouxe-nos “HORTA NO CENTRO DO MUNDO” – “E isto era o rosto ancorado da civilização! Era a mais alegre, a maior cidade pequena do mundo.” (Pedro Silveira) O constante movimento de embarcações mercantes, baleeiras e militares (…) A presença das várias companhias dos cabos submarinos, teve um reflexo muito importante na sociedade faialense (…) a freguesia da Praia do Almoxarife apresenta a época em que a Horta andava numa roda viva com povos de todas as nacionalidades já que o seu porto era ponto de escala obrigatória sendo possuidora de grande animação.
- A freguesia do Salão, trouxe-nos a “CAÇA À BALEIA” – Antes da caça à baleia se tornar uma actividade industrial radicada nos Açores, as baleeiras norte-americanas tinham sido um recurso para a mão de obra açoriana e, principalmente, o veículo privilegiado para se atingir o território do Novo Mundo, em fuga ao recrutamento militar e à fome. Foi grande o impacto produzido pela caça à baleia na vida açoriana, sobretudo nas ilhas do grupo central (com destaque para o Pico e Faial), a nível da sua incidência no tecido social e da sua importância económica. A freguesia do Salão viveu de perto esta tradição baleeira e disso nos dá hoje testemunho.
- A freguesia da Feteira, trouxe-nos “N. SRA. DE LOURDES – 125 ANOS” – Realiza-se anualmente, no último fim-de-semana de Agosto, a festa em honra de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira da localidade da Feteira – uma festividade associada aos pescadores, sendo a mais concorrida da freguesia.
- A freguesia do Capelo, trouxe-nos “VULCÃO DOS CAPELINHOS – A EMIGRAÇÃO” – O Vulcão dos Capelinhos foi o acontecimento que mais marcou a história açoriana do século XX. A erupção vulcânica verificou-se no dia 27 de Setembro de 1957, pelas 8 horas da manhã, a cerca de 2 km ao largo da ponta oeste do Faial, junto aos ilhéus dos Capelinhos, e prolongar-se-ia até ao dia 24 de Outubro de 1958. Entre 1957 e 1961, oito mil faialenses emigraram para os Estados Unidos da América. Os fluxos emigratórios continuaram nos anos seguintes e nada na ilha viria a ser como dantes.
- A freguesia da Praia do Norte, trouxe-nos “FERIDAS DE UM VULCÃO, 12 DE MAIO 1958” – As freguesias do Capelo e da Praia do Norte ficaram completamente destruídas devido à actividade sísmica de 1957/1958 (…)
- A freguesia da Ribeirinha, trouxe-nos “HORTA CIDADE: PORTA DE ENTRADA” – Na década de 60, e com mais intensidade no pós sismo de 1 de Janeiro de 1980, a Ribeirinha acolheu famílias jorgenses que procuravam um lugar seguro para refazer as suas vidas.
- A freguesia de Pedro Miguel, trouxe-nos os “VENDILHÕES” – Os vendedores ambulantes fazem hoje parte do nosso imaginário: os pregões dos latoeiros, dos amoladores, dos vendedores de peixe, fruta, queijos e ovos ecoam ainda na nossa memória afectiva.
- A freguesia de Castelo Branco, trouxe-nos “TRAJES FAIALENSES” – (…) o objectivo de mostrar como o nosso povo vivia e trajava em tempos que já lá vão.
- A freguesia dos Flamengos, trouxe-nos “O ESPÍRITO SANTO” – Festa do povo para o povo, o cumprimento de votos e promessas à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade (…)
- A freguesia da Conceição, trouxe-nos “OS MOINHOS” – (…) os moinhos de vento existentes no Faial, sobretudo os que se situam na Lomba do Pilar, na Espalamaca, possuem reminiscências flamengas, já que a sua tipologia é muito semelhante aos moinhos da Flandres do século XVI.
As descrições atrás apresentadas são excertos da brochura distribuída antes da passagem do mesmo.
Para mais informações e fotos da Semana do Mar 2008 poderá aceder ao site: http://www.semanadomar.net/
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